EUPROTEINAQUA
2010/2013
Produção de concentrados proteicos vegetais por micronização e separação granulométrica em fluxo de ar: aplicações em aquacultura
Parceiros
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD); Sparos Lda.; Esteve Santiago S.A. (ESASA)
Resumo
A aquacultura assume um papel vital como fonte de pescado para suprir as necessidades crescentes da população humana. Um desenvolvimento responsável desta indústria deve assentar no equilíbrio entre a qualidade e a segurança alimentar, no impacto ambiental dos sistemas de produção e ter em atenção eventuais implicações socioeconómicas. Várias espécies de peixes de aquacultura, tais como o salmão, a truta, a dourada ou o robalo, são consideradas carnívoras. Em cativeiro, estas espécies são alimentadas com dietas ricas em proteína e gordura e derivados de ingredientes de origem marinha, tais como as farinhas e os óleos de peixe. Reduzir a inclusão destes ingredientes de origem marinha nos alimentos para peixes é um dos maiores desafios atuais para a sustentabilidade futura da aquacultura. Promover o uso de ingredientes sustentáveis nas dietas destes animais, através da substituição da farinha e de óleo de peixe por ingredientes de origem vegetal (e.g. soja, milho, trigo, tremoço, etc...) é uma das prioridades de investigação a nível Europeu. No entanto, a incorporação de níveis elevados de proteínas vegetais tradicionais (soja, milho, trigo, tremoço, entre outras) origina uma redução da performance de crescimento dos peixes, geralmente associada a uma menor digestibilidade da proteína, menor apetência do alimento, a um eventual desequilíbrio no perfil de aminoácidos, à elevação do nível de fibras e à presença de fatores antinutricionais (FANs). Neste contexto, o desenvolvimento de concentrados proteicos de origem vegetal com um valor nutricional acrescido (e.g. alta digestibilidade da proteína, eliminação de FANs) é uma solução válida e já testada com sucesso em peixes. No entanto, os custos associados aos processos tradicionais de separação e concentração da fração proteica (extração aquosa e/ou com solventes orgânicos) tornam tais produtos demasiado onerosos para o setor da produção animal. Uma alternativa interessante para a produção de concentrados proteicos passa pela utilização inovadora de um processo "seco", baseado em técnicas de micronização e classificação gravimétrica sob um fluxo contínuo de ar. O projeto EUPROTEINAQUA visou desenvolver concentrados proteicos vegetais, a partir de culturas europeias de tremoço, milho, fava, ervilha e colza com recurso à associação inovadora de um processo de pulverização/micronização para o fracionamento da proteína e do amido e uma subsequente separação por gravimetria em fluxo contínuo de ar. Para além da implementação do novo processo tecnológico, o projeto visou ainda a caracterização analítica dos concentrados proteicos, em termos de fatores antinutricionais, e a validação da sua eficácia biológica na alimentação de peixes (truta e dourada).